Em 1973, Joseph Brodsky disse o seguinte a respeito das mortes de Sylvia Plath (1932-1963) e de John Berryman (1914-1972):
“Acho que a nota que o poeta toma, a nota em que o poeta canta, a nota no sentido musical – esta nota mais elevada que sua voz lhe permite alcançar – é uma justificação geral. E essa nota elevada, na qual Sylvia Plath cantou ‘Lady Lazarus’ ou ‘Daddy’, não é apenas sua justificação. Trata-se de uma resposta de igual para igual à vida. Eu acho que sim. Ela estava no mesmo nível da vida. Era altamente trágico, mas a possibilidade de alcançar esta nota e de cantar nesta alta voz significa que ela superou-a. E Berryman, por ser homem, naquele breve poema que lhes dei, ‘He Resigns’, eu acho que não foi uma resignação. Foi uma vitória sobre o pesadelo de sua vida. Esses suicídios não significam que eles foram derrotados. Significa que eles foram iguais à vida. Você pensa de outra forma, não?”
(BRODSKY, Joseph. A Musa em Exílio.
Traduzido por G., Diogo Rosas. Belo Horizonte: Editora Âyiné, 2018, pág. 77).
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