sábado, 30 de março de 2024

Robert Burns: Nas Terras Altas, Meu Coração Mora



    As pessoas que já tiveram a sorte de visitar as montanhas da Escócia sabem que estão, para sempre, marcadas. Não é à toa que, como tantos outros poetas, Robert Burns (1759-1796) dedicou graciosos versos às Terras Altas de seu país. E nós bem podemos entendê-los: a virginal serenidade daquelas paisagens distantes e lindas nunca sairá de nossos corações.
    Tento, a seguir, a tradução (ou será, antes, um tipo de recriação?) de seu poema My Hearts in the Highlands, de 1789.


My Hearts in the Highlands

Farewell to the Highlands, farewell to the North,
The birth-place of Valour, the country of Worth;
Wherever I wander, wherever I rove,
The hills of the Highlands for ever I love.

My heart’s in the Highlands, my heart is not here,
My heart’s in the Highlands, a-chasing the deer;
Chasing the wild-deer, and following the roe,
My heart's in the Highlands, wherever I go.

Farewell to the mountains, high-cover’d with snow,
Farewell to the straths and green vallies below;
Farewell to the forests and wild-hanging woods,
Farewell to the torrents and loud-pouring floods.


Nas Terras Altas, Meu Coração Mora

Adeus às Terras Altas e ao Norte,
Berço da Valentia, lar dos Fortes;
Aonde quer que eu vague, aonde quer que eu vá,
As colinas de lá sempre hei de amar.

Nas Terras Altas, meu coração mora
E os cervos segue ainda campo afora;
Nas Terras Altas, perco-me a sonhar,
E, onde quer que estou, lá minhalma está. 

Adeus aos cumes e à sua neve pura,
Adeus à graça verde que perdura;
Adeus aos bosques e seus troncos frios,
Adeus aos caudais e aos belos rios.

(Em My Heart’s in the Highlands – Classic Scottish Poems, pág. 3)

Com meu irmão e meu pai no topo do Pap of Glencoe


Miguel de Unamuno: Minha Religião

  Demonstrando, mais uma vez, sua famosa irreverência intelectual, Miguel de Unamuno (1864-1936) expõe, num pequeno ensaio intitulado Mi Rel...